"Quando te encontrei não achei que fosse provável... com as horas, fui achando um pouco mais, com os dias era até possível, com as semanas, os meses, os anos... estava mesmo destinado.
Contudo, dentro de toda a certeza duvidei, como foi sempre meu inesgotável e franco hábito. E encostei-me à almofada de nuvem do meu pensamento. Suave, mas sólida... sem ilusões. De tão suave, que mesmo sem querer iniciei um leve embalar, uma serenidade tranquila de passos pequenos, que depressa tomaram o caminho do gigante.
Dormi. Dormi a sono solto. E sonhei. E dediquei tempo ao meu sonho. Os sonhos são reais pelo tempo que lhes dedicamos.
De tanto que te sonhei, que comecei a encontrar-te, a desenhar-te, a existir contigo. De tanto que te sonhei, que deixei de acreditar que fosses meramente um sonho. De tanto que te sonhei que não te pensei improvável.
Ainda assim, dentro da improbabilidade existes. Meramente porque não és impossibilidade."
Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo, Torno-me elese não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil esó, Não sei SENTIR-ME onde estou.